quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Manifesto em Defesa dos Animais



4 de OUTUBRO de 2010
MANIFESTO EM DEFESA DOS ANIMAIS


Desde 1930, em vários países do mundo, o dia 4 de Outubro é dedicado aos animais. Neste dia, são homenageados os nossos amigos animais que, infelizmente, continuam, ainda hoje, a ser desrespeitados por muitos humanos e nalguns casos por entidades públicas que deveriam dar o exemplo à restante sociedade.

Hoje, 4 de Outubro de 2010, o grupo de pessoas individuais e colectivas manifesta a sua preocupação relativamente aos seguintes problemas e situações de maus tratos aos animais:


1- Abate de animais domésticos. Todos os anos ultrapassa largamente um milhar o número de animais de companhia (cães e gatos) que são abandonados, acabando na sua maioria por serem abatidos nos canis municipais ou atropelados nas estradas. O esforço que é feito pelas associações de protecção dos animais, que se debatem com faltas de meios e de apoios públicos, acaba por ser inglório pois através dele só uma pequena parte dos animais abandonados consegue um novo lar.

Não estando de acordo com a política seguida actualmente para combater o abandono que tem por principal pilar os abates, pois até hoje não tem resolvido nada, consideramos necessário que a nível regional seja lançada uma campanha de esterilização com vista a adequar o número de animais de companhia ao número efectivo de donos capazes de cuidar deles de forma responsável;


2- Promoção pública da tortura animal. Ao longo dos séculos da história dos Açores, a tauromaquia tem sofrido uma evolução no sentido da diminuição dos maus tratos aos touros, não constituindo qualquer tradição na maioria das nossas ilhas. Em 2009, contrariando a evolução que se assiste a nível internacional, onde aquela actividade é cada vez mais repudiada, e ao arrepio dos ensinamentos da própria história insular, um grupo de deputados pretendeu legalizar a sorte de varas. Gorada a sua intenção, a minoria de industriais que aposta no incremento da tortura animal, tenta ganhar adeptos sobretudo em São Miguel, tendo conseguido promover algumas touradas à corda com a colaboração sobretudo de autarquias e de comissões de festas de cariz religioso.

Considerando que as touradas, qualquer que seja o seu tipo, em nada contribuem para educar os cidadãos e as cidadãs para o respeito aos animais, para além de causarem maus tratos aos mesmos e porem em risco a vida das pessoas, não podemos admitir a na sua realização sejam usados dinheiros públicos;


3- Mortalidade provocada na fauna selvagem. O cagarro é uma ave oceânica que vem a terra apenas durante a época de reprodução. Este período decorre entre Março e Outubro, altura em que as crias já suficientemente desenvolvidas partem com os seus progenitores em direcção ao mar, dispersando-se pelo Oceano Atlântico e regressando apenas no próximo ano. Realizando-se a sua partida de noite, muitas crias são atraídas pelas luzes das nossas vilas e cidades, acabando por cair em terra e ser frequentemente atropeladas se não forem ajudadas.

Considerando a importância que o salvamento do maior número de cagarros tem para a conservação da natureza e o respeito pelos animais, apelamos à participação de todos nas campanhas que ainda este mês serão postas em marcha pelas mais diversas entidades, nomeadamente pelas organizações não governamentais de ambiente.


4- Cativeiro de animais não domésticos. A criação de parques zoológicos nos séculos passados respondia ao propósito de mostrar ao público uma colecção de animais exóticos que de outra maneira nunca seriam vistos nem conhecidos. Na actualidade isto deixou de fazer qualquer sentido. Agora as leis exigem obrigatoriamente aos parques a realização de programas de conservação, educação ambiental e bem-estar animal. Como consequência disto, nos Açores têm vindo a ser fechados núcleos zoológicos que incumpriam estas exigências. No entanto, ainda continua a existir um núcleo zoológico na Vila da Povoação (São Miguel).

Apesar do referido parque encontrar-se já embargado pelas autoridades e apesar de ser de titularidade pública, o recinto continua ainda hoje aberto ao público. Pelo manifesto desrespeito às leis e aos animais, consideramos que o parque deve ser imediatamente fechado e os animais conduzidos a umas instalações apropriadas que garantam o seu bem-estar.


5- Modelos intensivos de produção animal. A exploração agrícola de animais constitui historicamente um importante sector económico nas nossas ilhas. Se bem que os relatos de maus tratos a estes animais têm vindo a diminuir nas últimas décadas, evidenciando uma notável evolução da sociedade, subsistem ainda bastantes situações penosas. Para além disso, a introdução de técnicas de produção intensiva tem vindo a piorar as condições de vida de muitos deles, limitando a sua vida ao reduzido espaço duma gaiola.

Tendo em conta a imagem de proximidade à natureza que tanto caracteriza os Açores no exterior, consideramos que se deve reforçar o modelo tradicional de criação de animais, modelo que garante sempre a mais alta qualidade. Devem também ser criadas e publicitadas novas formas de certificação nas explorações que valorizem devidamente ante o consumidor os seus níveis de qualidade ambiental, alimentar e de respeito pelo bem-estar animal.


6- Falta de respeito com a vida animal. Numa sociedade em que tudo se compra e se vende, os animais são tratados muitas vezes como simples mercadorias e rebaixados à categoria de simples objectos. Só uns poucos animais domésticos conseguem as vezes escapar a esta visão. Na realidade, como já foi demonstrado pela ciência há longos anos, os animais são os irmãos com os quais o homem comparte a natureza. O desrespeito para com os animais é também o desrespeito para com os homens, como partes integrantes da mesma natureza.

Consideramos que o tratamento legal dado aos animais deve fugir da visão redutora que os converte em simples objectos. A nossa sociedade deve evoluir para padrões éticos nos quais os animais sejam respeitados em conformidade com a Declaração Universal dos Direitos dos Animais.

Açores, 4 de Outubro de 2010




Vimos por este meio convidar-vos a assinarem o manifesto remetido a propósito do dia do animal, a divulgar na véspera, com as subscrições recebidas até ao momento. Para tal, basta apenas escrever a: amigosdosacores@amigosdosacores.pt

Grupo pelo Bem-Estar Animal
Amigos dos Açores - Associação Ecológica


Um bom exemplo

Numa recente deslocação a Ericeira e cidade de Évora eu deparei-me com estes estandartes onde estão sacos plásticos para os donos dos cães quando os levam em passeio recolherem os excrementos do animal.

Ora aqui copia-se apenas o que não interessa ao cidadão comum, que são os parquímetros para nos todos pagar-mos, uma polícia municipal que tenho dúvidas sobre a sua implementação, etc, etc...

Aqui vai um exemplo que poderia ser implementado aqui pelos munícipes da ilha e que só demonstraria uma preocupação com a higiene das nossas ruas e jardins, com custos bastante baixos em relação a outros projectos.

Daniel Melo





Cães perigosos ilegais

Hospital não comunica ataques de cães às autoridades

Responsável do Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR alerta para falta de comunicação entre o hospital e autoridades em situações de ataque de cães.

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O Hospital Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, não está a denunciar às autoridades os pacientes atendidos vítimas de ataques de cães perigosos. O alerta é efectuado pelo Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da Guarda Nacional Republicana que teve conhecimento de 180 a 200 casos de pessoas atendidas com ferimentos de dentadas de cães, em 2009, mas a unidade do SEPNA apenas conseguiu formalizar duas investigações de ataques de cães.

José Santos, responsável pelo serviço do SEPNA nos Açores, admite a possibilidade dos pacientes não informarem os médicos sobre o motivo dos ferimentos apresentados, mas salienta que os médicos são obrigados a comunicar todas as situações que envolvam ataques de cães a pessoas. “Muitas das pessoas que vão ao hospital e são vítimas de ataques de cães não denunciam o caso ao próprio médico. Porque de acordo com a nova lei os médicos são obrigados a comunicar a situação às forças policiais e não existe registo desta situação”, explica o representante da GNR.

O sargento José Santos explica que todos os ataques de cães, independentemente do tamanho ou raça do animal, devem ser comunicados para a instauração de um processo. O responsável do SEPNA aconselha que todas as pessoas que sejam vítimas de ataques de cães se dirijam ao Hospital e solicitem uma declaração a confirmar a sua presença, e o tipo de patologia que apresentavam para se iniciar o processo.

“O papel do SEPNA na investigação é identificar o proprietário do animal, e recolher o animal que será avaliado pelo médico veterinário municipal. O veterinário vai decidir se o animal é enviado para ressocialização ou directamente para o canil. Todos os processos são ainda encaminhados para o tribunal, porque a lei prevê uma moldura penal de dois a dez anos de prisão, consoante a gravidade das lesões causadas pelos cães. A promoção de lutas entre cães também é punida com pena de multa ou prisão até um ano.

90 por cento de cães ilegais

A maioria dos cães de raças consideradas potencialmente perigosas em Portugal está ilegal nos Açores. Uma fiscalização efectuada pelo SEPNA nos Açores detectou 62 cães ilegais, num universo de 69 animais fiscalizados. A GNR detectou 40 Pitbul, 19 Rottweiller, 2 Dog Argentino e 1 Staffordshire Bull Terrier em situação ilegal, porque não cumpriram as regras exigidas pelo governo.

O proprietário de um cão de uma raça potencialmente perigosa precisa de ser maior de 16 anos, possuir uma licença especial anualmente na junta de freguesia, apresentar o boletim sanitário do animal, colocar um chip no cão, registar o animal num organismo do governo, entregar um termo de responsabilidade, garantir um seguro de responsabilidade civil, com um capital mínimo de 500 mil euros, apresentar um registo criminal sem condenações por crimes contra a vida e promover a esterilização do cão. Os proprietários de cães potencialmente perigosos em situação ilegal são obrigados ao pagamento de uma multa no valor, mínimo de 500 euros.

Cães potencialmente perigosos obrigados a andar com açaimo na via pública

Os cães das sete raças consideradas potencialmente perigosas na legislação portuguesa são obrigados a circular com açaimo na via pública e uma trela curta, até um metro de comprimento. As raças definidas como potencialmente perigosas são Rottweiller, Pitbull Terrier, Fila Brasileiro, Tosa Inu, Dogue Argentino, Staffordshire Terrier Americano e Staffordshire Bull Terrier. Estes cães necessitam ainda de estar num alojamento apropriado e receber treino obrigatório com vista à socialização e obediência do cão. A reprodução ou venda de cães desta raça também é proibida.

O SEPNA da GNR poderá receber informações ou responder a dúvidas dos cidadãos através do número de telefone: 296306580.

Luís Pedro Silva
http://www.acorianooriental.pt/noticias/view/208803

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Animais para adopção

Alguns animais que temos para adopção. Vimos pedir que nos ajudem a divulgá-lo.

APA - Associação Açoreana de Protecção dos Animais
http://associacaoacorianaproteccaoanimais.blogspot.com/


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Tradições mas sem crueldade


Fonte:
O MIRANTE Semanário Regional
http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=456&id=67210&idSeccao=7232&Action=noticia


Bandarilhas assassinas

Contrariando aquilo que é norma num grupo de forcados, que é marcar um treino do grupo para uma picaria (em Vale de Cavalos), um antigo cabo do grupo da Chamusca, no tempo em que eu tinha 18 anos, mandou-me para a cara de quatro vacas à saída do curro. Lembro-me como se fosse hoje do medo que tive e do êxito que arrecadei graças ao excelente conjunto de forcados que o grupo tinha na altura.

Perdi o medo de ir para a cara de um animal e hoje vejo com os olhos bem abertos um forcado a levar umas cornadas de um toiro e, embora me emocione como toda a gente, o meu entendimento é que só se perdem aquelas que ficam no chão. Esta crueldade foi-me ensinada e não sinto qualquer vergonha em a assumir.

Já quanto à crueldade a que os toiros estão sujeitos enquanto são toureados a minha opinião é diferente daquela de há muitos anos. Os defensores dos direitos dos animais têm razão quando se manifestam. Aquelas bandarilhas com arpões de cinco centímetros de comprimento e dois centímetros de largura, quando não são ainda maiores, podiam ser evitadas e a festa não perdia com isso. O sofrimento do animal era minorado, e de que maneira, e nem por isso os artistas viam prejudicada a sua arte.

Porque conheço bem os meandros da festa, e senti na carne o carácter dos animais, pegando-os ou ajudando a pegar, não compreendo como é que ainda há directores de corrida que deixam tourear animais tão nobres em deficientes condições físicas, muitas vezes com problemas causados durante a embola ou no transporte para a praça, entre muitas outras causas possíveis. Outra questão: embolar um toiro, depois de lhe cortar os cornos, se não for feito por quem sabe da poda, pode configurar um crime ainda maior que fazer sofrer o toiro na praça em deficientes condições físicas, ou com aquelas bandarilhas com arpões que metem medo só de os termos por perto; para se conseguir embolar um toiro recorre-se muitas vezes a métodos pouco ortodoxos que violam as leis dos direitos dos animais. E, por último: os forcados morrem por causa das bandarilhas. E o que é curioso é que toda a gente fecha os olhos como se alguns forcados tivessem escrito na testa que nasceram para morrer durante uma pega por causa da puta de uma bandarilha que resolveu fazer história. Ridículo e lamentável continuar a defender-se que sem bandarilhas assassinas a festa dos toiros perde a graça.

Que fique bem claro que esta minha atitude de aliado dos defensores dos direitos dos animais não tem nada a ver com o sacrifício dos forcados. Sou pelas tradições mas sem o uso da crueldade. Assim como já não gosto de ver fotos de leões mortos em caçadas (acabei de reler, por tanto gostar, África Minha, e de visitar em Copenhaga o Museu de Karen Blix), nem de elefantes mortos a tiro por caçadores de marfim, também entendo cada vez mais que a festa dos toiros deveria ter mais em conta a dignidade e o carácter do animal e menos os interesses e os velhos hábitos (em muitos casos ainda marialvas e fascistas) dos artistas que vivem da festa.

JAE